sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sexta-feira 13!

Muita gente não gosta dessa data, nem de gato preto. Eu gosto das duas coisas! Começando pela Perséfone, minha gata querida (apesar de preferir o colo da minha mãe ao meu em 90% do tempo). E sexta-feira, 13 ou não, deveria ser sempre motivo pra comemorar.
A semana foi longa e as próximas também devem ser. Perdi um pouco o chão essa semana porque o edital que eu esperava saiu muito antes do previsto! Tive que reorganizar meus planos. Agora tenho duas boas oportunidades à minha frente. Escolher sempre é uma coisa difícil, então o jeito é ter paciência, esperar a situação se aclarar um pouco e ver o que fazer.
Ih, joguei na Megasena essa semana e não conferi os números! Já pensaram se eu ganhei?

domingo, 8 de novembro de 2009

Para compensar meu longo afastamento

Como fazia muitos dias que eu não escrevia, vou aproveitar e fazer meu segundo post do dia. Não posso deixar passar em branco a nossa festa a fantasia.
Tem gente que não gosta de comemorar o Halloween. Concordo que é uma tradição que não tem nada a ver com o Brasil, mas não deixa de ter um lado mágico, em que cada um tem a chance de exorcizar seus próprios demônios.
A galera do curso deixou as neuras do lado de fora e a festa foi longe, apesar de ter pouca gente.

Ousadias

Quem me cerca acha que eu ando com um brilho diferente. Realmente, eu tenho conseguido ver as coisas duma forma mais otimista, mas de vez em quando bate uma insegurança...
Eu dou passos ousados e na hora de colocar tudo em prática dá aquele frio na barriga! Muita gente diz que admira um comportamento assim, mas eu me pergunto se de fato estão preparadas para conviver com este meu certo desprezo pelo que é considerado padrão social.
Estou prestes a testar o quanto o mundo aceita mulheres que tomam iniciativa. Vamos ver se uma surpresa agradável me espera.
Diz um amigo meu que mulher tem que esconder a inteligência. Será?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Voltando a poesia!

Fiquei anos sem escrever. Anos mesmo, desde os tempos da faculdade (o que significa mais de uma década...). Uns meses atrás, reencontrei minhas antigas poesias e decidi tentar de novo. Levou uns 3 meses para terminar, pois eu olhava a poesia, a poesia me olhava... e eu escrevia uma linha. Agora foi e depois dessa virão outras!

Gente-objeto

Pensava eu ser uma caneta
enamorada por uma folha de papel
sonhava escrevermos juntos
linhas e linhas ao léu

jorrava meu sangue a traçar
letras para compor história sem par
até o instante em que percebi
não deixar marcas em ti


percorri um branco infinito
um longo esforço, nada escrito

Se na folha brotava nada
seria eu, caneta, culpada?


pensei, refleti a fundo
escrevendo palavras cruéis
derramando tinta por tudo

descobri que canetas
vivem sem os papéis
mas eles sozinhos são mudos
melhor a vida quando eu grito
amores delicados e brutos

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

rumo ao sumiço?

Ok, não tenho mais cara de pedir desculpas pra vocês pelos meus longos períodos sem escrever. Mas é que são muitas coisas pra administrar em muito pouco tempo. O blog talvez devesse mudar de nome.
Pra começar pelas aulas: este mês os professores nos pediram dois artigos e um outro trabalho em grupo. E como eu não sei fazer coisa porca, sofri muito. Foram horas de sono perdidas durante vários dias. O Red Bull agora é meu melhor amigo.
Ao menos meu humor melhorou muito. Mérito das minhas expressões artísticas, das poucas aulas de Kung Fu que eu consegui fazer e de umas sessões de terapia. Andei revirando as caixas do meu passado (no sentido real e figurado também) e achei cada coisa... As poesias são a parte mais fantástica. Não que eu as ache as melhores coisas do mundo, mas fiquei me perguntando: porque parei de escrever? Muita coisa que ficou pra trás estou recuperando agora: músicas que eu costumava ouvir, pessoas que andavam sumidas.
Quem me vê todos os dias deve ter percebido a volta de uma coisa muito importante: o sorriso.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Turbilhão mental

Estou um pouquinho mais animada nos últimos dias, mas muito cansada. Trabalhar 8 horas por dia e ainda estudar não é pra qualquer um. Se fosse só ir na aula, tudo bem. Mas tem também trabalhos para fazer.
Tenho um artigo para escrever até o dia 30, um trabalho de Direito para apresentar dia 29 e um artigo de economia para entregar até 3 de novembro. Por isso gastei um bom tempo do meu fim de semana estudando. A dose do sábado foi tanta e eu li tanto sobre separação de poderes que sonhei com a Assembléia Legislativa!
Tenho agora 3 trabalhos começados e nenhum concluído hehehee. Torçam por mim!
Quem vai criar o dia com 30 horas?

sábado, 10 de outubro de 2009

Ainda as compras...

O assunto da semana no RS definitivamente é a compra de móveis e material de construção para a casa da governadora. O governo justifica a compra dizendo que ela tem direito a fazer isso, mas pegou muito mal junto ao eleitor, especialmente porque temos uma residência oficial para o governador, o Palácio Piratini.
O item mais polêmico é um pufe verde, de couro sintético, de gosto muito duvidoso. Dá pra conhecer um pouco do gosto da governadora para decoração em seu gabinete no Palácio. Uma amostra está na foto abaixo:
Ouso fazer uma previsão: essa história das compras para a casa particular da governadora vai fazer mais estrago no seu projeto de se reeleger do que a CPI e o pedido de impeachment. Como justificar para o eleitor que ela, que ganha 17 mil reais por mês, precisa usar dinheiro público para comprar cama para os netos e piso para a garagem enquanto um brigadiano ganha 700 reais. A melhor reflexão sobre o tema aliás veio de um leitor da Zero Hora: "quando o CPERS faz protesto na frente, a casa da governadora é particular. Quando é para mobiliar, a casa é de uso público."

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ainda sem carteira, mas "limpinha"

Hoje pela terceira vez fui ao local onde são feitas as provas práticas para tirar carteira de motorista. Depois de 15 dias, os examinadores deram as caras mas eu continuo sem carteira. Uma das rodas do carro ficou um centimetro ou dois fora do limite dos 50 cm de distãncia do cordão da calçada. Paciência... Alguns amigos acharam injusto quando eu contei, mas regra é regra. Se abrissem exceção para mim, teriam que abrir pra muitas outras pessoas e as normas deveriam ser seguidas mesmo quando não nos favorecem.
Aliás, o "legal" e o "justo" são o grande tema para debate aqui no RS hoje. A oposição denunciou que R$100 milv(de dinheiro público) foram usados em reforma e compra de móveis para a casa da governadora. O imóvel já é alvo de suspeita de que teria sido comprado com dinheiro de sobra de campanha, por valor maior que o declarado.
O normal seria o governo negar e dizer que é mais uma artimanha dos opositores para forçar o impeachment. Mas pasmem, o governo disse que houve compras sim e que isso é legal. Pode até ser, mas é um despropósito num estado que pagava salário em atraso e tem uma fila gigantesca de precatórios para pagar. A resposta de integrantes do governo incluiu a clássica desculpa de que outros também fizeram. O ex-governador Germano Rigotto não gostou e já abriu a boca. Disse que com o salário que ganha não precisa que o Estado pague colchão e geladeira pra ele. Pelo jeito, o gasto com a compra da polêmica casa deixou a governadora descapitalizada... Se não se cuidar ela pode terminar decapitada, pois o eleitor quer a cabeça dela.

sábado, 26 de setembro de 2009

Sem carteira

Talvez na próxima quarta-feira eu faça a prova prática para tirar carteira de motorista. Talvez, porque os examinadores estão em greve no RS. Estive lá pra fazer a prova na quarta passada, mas nenhum deles apareceu para avaliar as dezenas de pessoas que estavam esperando.
O pior é que eu tinha acordado às seis da manhã, provocado a maior confusão no meu local de trabalho para alguém suprir a minha falta... tudo por uma prova que não existiu. esperamos uns 45 minutos e quando estávamos indo embora o pessoal da auto-escola ligou dizendo que um examinador iria aparecer. bom, ou o cara mora no limite da cidade ou é invisível (chegou e ninguém viu).
A boa notícia é que já tô craque em fazer baliza. Tô dirigindo bem, mas descobri que preciso uma concentração extra nos primeiros minutos de viagem. Se começam a falar comigo na largada eu me atrapalho. Mais uma das minhas pequenas esquisitices!
E antes que eu esqueça, a greve tem tudo a ver com as falcatruas do Detran. Quem aplica a prova é aquela fundação de Santa Maria, que pagava propina pro governo estadual. Aí resolveram moralizar e fazer um concurso público. Quem trabalha para a Fundae (e não embolsou um puto pila no esquemão dos grandões) está preocupado porque não vai mais poder trabalhar e quer receber de volta o dinheiro que pagou para se cadastrar como examinador.
Já me perguntaram "mas porque eles não fizeram o concurso também?". Não sei. Também não sei se o Detran já está com tudo pronto para começar a aplicar a prova prática. Eu aposto que não, é capaz de nem terem dado posse ao pessoal concursado, quanto mais ter treinado as criaturas.

domingo, 20 de setembro de 2009

Mais filmes

Tem algumas comédias bacanas passando no cinema. É a melhor escolha pra o meu momento atual, de quem está se recuperando de uma fase bem estressante.
Fui com uma amiga assistir A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth), com Gerard Butler. Ele é um comentarista desbocado que explica às espectadoras que os homens são simples: querem mulheres bonitas, sem frescuras na cama e que não incomodem. A outra personagem é a produtora do programa, que odeia a forma como ele se comporta mas aceita uma "assessoria" pra conquistar o vizinho.
O filme é despretensioso e tem várias cenas engraçadas. Vá com esse espírito ao cinema: se quiser algo profundo, cabeçudo e sem final feliz, escolha outra sessão. Não vão fazer que nem um colega jornalista que descascou o filme, chamando-o de "previsível". O errado é ele!
A atriz não me interessa quem é. Já o ator é o mesmo cara que fez o rei Leônidas em "300". Ele não aparece tanto pelado como no outro filme, mas continua sendo "pegável" como diriam algumas amigas minhas :)
Aliás, no dia seguinte meus irmãos tiveram a excelente idéia de rever este filme. É por isso que eu adoro eles!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Simplicidade é chique

Vocês já estão carecas de saber que tempo pra mim é luxo. Tá sempre faltando hehehe Por isso só hoje consigo escrever sobre a entrevista superlegal que fiz na última quarta-feira para a Radioweb.
A minha entrevistada faz jus a "fortuna" do título desse blog. Constanza Pascolato, consultora de moda, veio a Porto Alegre para lançar o livro "Confidencial - segredos de moda, estilo e bem-viver".Existe um estereótipo de que mulheres que vivem neste mercado da moda, frequentam as grandes festas, tem dinheiro, fama e no caso dela, tem "berço", sejam fúteis. Constanza mostra que é um erro pensar assim, que o belo e o luxo sejam vazios.
Para começar, ela disse que relutou em escrever o livro, por pensar "quem sou eu para dizer o que os outros devem fazer?". É sempre bom questionarmos nossos próprios limites, mas essa consultora de moda tem sim muito pra contar. São 69 anos de idade e 50 como consumidora.
No livro, ela partilha essa experiência pessoal e profissional e me chamou muito atenção a sensatez na forma como ela faz isso. Quantas famosas falam que fizeram plástica e ainda por cima contam às pessoas o que deu errado, mostrando que nem tudo é mar de rosas? Quantas mulheres dizem que é possível ser elegante depois dos 50 sem ficar numa competição maluca para parecer que tem 30?
Também me cativou a forma como ela encara a moda. Constanza Pascolato não é maníaca por griffes e dá carta branca para quem quiser combinar peças mais caras com uma calça de 30 ou 40 reais, por exemplo. Na roupa que ela usava, a única extravagância visível era a bolsa chanel (um modelo clássico, com corrente prateada). Elogiou a Animale, que tem um design superexclusivo, e também a Renner, que vende tudo em 5X.
Como dizia Coco Chanel, menos é mais. Ser chique é ser simples e sem afetação, como a minha entevistada mostrou.
Aguardem, a entrevista vai ao ar na próxima semana no Redação de Calcinha. Quem quiser ouvir os programas antigos pode acessar o http://blog.agenciaradioweb.com.br. Se fizer a busca por "calcinha" lá no fim do blog vão aparecer todos.

domingo, 13 de setembro de 2009

Devagar e sempre

As duas últimas semanas foram uma prova de fogo para mim, especialmente a última. Demorou mas consegui uma resposta do meu homeopata depois de DEZ DIAS. a secretária dele simplesmente esqueceu de separar minha ficha e aí o médico esqueceu de mim. É, não é só no SUS que as coisas são complicadas. Tô medicada, mas ainda não 100% melhor.
Pra não dizer que tudo foi horrível nos últimos dias, vi um filme muito engraçado dos irmãos Cohen. "Queime depois de ler" é a história de um espião que pede demissão e resolve escrever suas memórias. O que ele não sabe é que a esposa quer se separar dele. Então ela copia dados do computador para saber quanta grana ele tem. O CD com este arquivos, mais o texto com as memórias, aparece perdido numa academia de ginástica e quem encontra tem a genial idéia de pedir um "resgate" por ele. Um filme pra quem gosta de um pouco de humor negro.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

É bom ser brasileiro

O Dia da Independência passou sem maiores manifestações sobre a grandeza do Brasil, exceto pelo anúncio da compra de material bélico da França. Espero que me convidem pra dar uma voltinha no submarino nuclear quandoa estiver pronto hehehe. Precisamos de algo grande (isso, pré-sal, vaga no Conselho de Segurança, crescimento do PIB...) para recuperar a auto-estima do brasileiro.
Geralmente eu escuto muito mais críticas do que manifestações de orgulho do nosso país. Então pensei em listar alguns tópicos sobre os quais eu venho refletindo e já usei algumas vezes pra conter os mais pessimistas:
1. Saúde pública - Deve dar pra contar nos dedos quantos países tem um sistema universal de saúde como o nosso SUS. Tem falhas, é verdade: se demora para conseguir certas consultas, as cirurgias demoram, alguns médicos são ruins. Mas por outro lado, banca tratamento de fertilidade e transplante pra quem precisa. Já assistiram à série Plantão Médico? Vejam o que acontece com quem não pode pagar nos Estados Unidos...
2. Em se plantando, tudo dá - Foi a frase mais genial já dita por um português. A diversidade de frutas no Brasil é fantástica, da maçã ao cupuaçu. Esse último aliás é tão bom que os japoneses registraram como marca(!), mas os tribunais internacionais determinaram que o registro fosse cancelado. Temos uma das maiores criações de aves e gado do mundo (e de qualidade!). Legumes e verduras são abundantes. Na Europa vendem banana por unidade e o tomate vem numa caixinha com três unidades (e se não me engano custa o equivalente a uns cinco reais).
3. Água! - Temos as maiores reservas mundiais de água doce do planeta. Nossos rios tem potencial fantástico para gerar energia (Itaipu continua sendo a maior usina do mundo em potencial energético) e só não estão melhores devido ao mau uso. É uma questão de fazermos nossa parte, poluindo menos e cobrando o bom gerenciamento das nossas águas.
4. Fauna e flora - é tanta coisa que nem sei por onde começar... a caatinga por exemplo só existe no Brasil. Se você acha feio, se informe melhor: tem pesquisas sobre o uso medicinal das plantas existentes por lá.
5. Povo trabalhador - Eu realmente acredito que a maioria do brasileiro trabalha. Gente que acorda cedo e tem dois empregos pra manter a família. Olhe em volta que vai achar vários exemplos.
Ainda tem muito pra ser feito, mas o potencial está aí. Patriotismo é cada um que faz também. Não temos ainda os governantes que gostaríamos? E será que fazemos também a nossa parte, cobrando nossos direitos e principalmente CUMPRINDO NOSSOS DEVERES? Pensem nisso até o próximo Sete de Setembro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Desafortunada

É assim que estou me sentindo hoje. Embora tenha feito belas entrevistas, o dia foi cheio de pequenos entraves.
Publiquei no blog da empresa as fotos da nossa entrevista com o Maxi Lopez, do Grêmio. Mas as gurias que estiveram lá comigo reclamaram, achavam que só devia publicar no fim de semana. Só que ninguém comentou isso comigo antes!
Depois, numa pauta sobre fruticultura, na Expointer, o segurança barrou a aproximação dos repórteres enquanto a governadora Yeda fazia comentários bem mais interessantes que o próprio discurso minutos antes. E uns dois minuots depois, vejo alguém colocar o gravador na boca da mulher! Um outro colega e eu corremos, mas já era tarde, perdemos a declaração.
A última pauta do dia atrasou. Pelo menos o pessoal que faz a cobertura jornalística da feira é muito legal e o papo foi bom. Mas quando eu vi, já estava muito atrasada.
Era hora então de circular pela Expointer e levar umas coisinhas pra casa, principalmente o leite de cabra que a minha irmã precisa tomar (e é mais barato quando comprado direto do produtor). Foi um parto para achar o tal estande dos caprinos em meio a pavilhões e mais pavilhões com animais, máquinas e produtos químicos. Mas finalmente cheguei... mas o produtor do leite não! O que me disseram é que ele se confundiu com as datas da feira e só conseguiria vir na sexta feira.
Cheguei de volta na rádio pra fechar minhas matérias quando já devia estar saindo pra aula. Óbvio que não deu tempo de ir e eu saí super tarde. Tô contando que o dia de amanhã seja melhor e faça jus ao nome do blog.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Achismos

Quando eu achava que sabia escrever, os professores da faculdade só tinham críticas pros meus textos. Quando eu achei que fotografava, ouvia elogios sempre pro trabalho dos outros, não pro meu. Quando eu já tinha me acostumado com a idéia de que ia morrer sozinha, apareceu alguém pra me fazer acreditar no contrário e quando eu acreditei, ele foi embora. Fiquei perdida no meio do caminho. Se tudo em que eu pensava que era boa é feito melhor por alguém, o que estou fazendo aqui?
Faz um ano que eu tento achar a resposta e ela parece estar cada vez mais longe. Parecer deve ser minha palavra mágica. As aparências iniciais sobre as pessoas se desfazem cada vez mais rápido, se mente cada vez mais. Até eu já estou mentindo, pra não brigar, pelo menos em público. Mas eu brigo. Nas últimas semanas eu brigo o tempo inteiro, brigo por dentro, não durmo. Estou com as pessoas, mas me sinto muito, muito sozinha. Não tenho paciência pra escutar. Finjo que estou prestando atenção, mas a minha cabeça está longe em algum lugar que nem eu sei ao certo onde é.
Escuto um ou outro elogio e penso que agora sim as coisas vão pra frente. Mas essa alegria dura muito pouco. Bastam poucos dias para as pessoas me decepcionarem e isso que a única coisa que eu espero é um pouco de sinceridade. Estão adubando o meu coração de pedra.
Outra palavra presente na minha vida é desaparecer... depois dos elogios geralmente vem um desaparecimento. E surge na minha cabeça sempre a mesma pergunta: o que foi que eu fiz de errado? Se sou inteligente, esperta, querida, simpática e toda essa lenga-lenga que eu escuto toda hora, porque estou sozinha?
Um amigo um dia me disse que ser uma mulher inteligente era algo difícil e eu não levei a sério. Um ano depois, lamento descobrir que ele estava certo. Mostrar inteligência agride as pessoas, assusta mais do que quando eu conto que faço Kung Fu. Talvez meu lugar esteja lá, escondida num mosteiro. Onde ninguém fala, ninguém mente.

domingo, 30 de agosto de 2009

França e Brasil

Terminou nesse domingo a exposição de quadros franceses no Margs, dentro das comemorações do Ano da França no Brasil. Consegui escapar do trabalho com mais duas colegas pra visitar o museu na sexta-feira (porque no fim de semana as filas seriam terríveis). Valeu a pena não ter almoçado.O quadro "Rosa e Azul", de Renoir, é um dos mais famosos que foram trazidos a Porto Alegre. Mas havia também Van Gogh, Manet e artistas brasileiros que se inspiraram no realismo francês.
É bacana ver a nossa própria reação diante dos quadros. O auto-retrato da Anita Malfatti, por exemplo, me lembrou a Amy Winehouse. Um quadro em que Cezánne retratou a própria mulher me fez pensar se ela era realmente tão feia ou se a obra terminou em divórcio!
A parte da arte contemporânea foi uma das minhas preferidas. Um dos artistas pintou o retrato de um grafiteiro nos subúrbios de Paris, uma leitura que eu achei muito interessante... usar a técnica antiga para homenagear uma forma moderna e popular de arte.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pensamento

Sobre a decisão do governo federal de não aceitar de volta os pedágios do RS:
"toma que o filho é teu!"

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Santa ignorância, Batman!

Minhas entrevistas do dia empacaram, então agora me sobra tempo pra falar mal da vida alheia. Fazer aquilo que meu professor de inglês chama de "gossip". A nossa candidata no Miss Universo coitadinha não está nos entendendo, então traduzo: fofoca.
A brasileira Larissa Costa justificou a derrota dizendo que a organização preferiu rostos "mais comerciais" (hein?). Mas os especialistas botam o dedo na ferida: ela se prejudicou porque não sabe falar inglês. Tem um vídeo dela no concurso que comprova isso. Não sei se digo pra vocês assistirem, para não cometerem o mesmo erro, ou pra não verem, porque pode ser traumatizante de tão horrível. Ela não fala mal inglês: ela NÃO FALA.
No site G1 ela contestou a crítica : " eu só tive problema de comunicação em uma entrevista, porque não tinha tradutor. Foi só nessa. "
Sim, justamente a que foi gravada e distribuida pela internet... E ela completa: "eu entendo inglês, eu só não sei me expressar direito". Alguém por favor explique à moça que comunicação é coisa de mão dupla, os outros tem que entender o que a gente fala. Depender de tradutor é uma idéia muito esperta mesmo. Imagina essa aí perdida numa cidade estrangeira. Morre de fome!
Pior de tudo: havia opção de gravar a tal entrevista em espanhol. Quem deixou a coitada pagar esse mico inventando uma nova língua? Seria bem mais fácil ela enrolar com um portunhol.
Que bom que Deus te fez bonita minha amiga... porque se dependesse da cabeça tava mal. Aliás, ela tinha uma assessoria que permitiu essa barbaridade toda então nem com outras cabeças a coisa fica melhor....
Desculpem o mau-humor, mas tenho visto tanta bobagem nesta vida que já estou no modo "tolerância zero".

Fim de semana curto

Repeti várias vezes nos últimos anos que eu precisava dum dia com 25 horas ou mais para dar conta de tantas tarefas. Agora já estou querendo um fim de semana de 3 dias, sem perder o salário, é claro!
Foram tantos compromissos sociais que faltou tempo! Sexta de noite, ainda um pouco chateada com os acontecimentos da semana, fui conhecer um lugar muito bacana, o estúdio Believe. Fica no bairro Jardim Botânico em Porto Alegre e eles fazem uma vez por mês a Confraria do Blues. As bandas tocam numa espécie de garagem enorme. A acústica é boa, a decoração é totalmente despretensiosa e o pessoal vai pra ouvir música e não pra pegar o primeiro ou primeira que aparece. Até o gato de estimação do dono do estúdio participa da festa :)
Fui dormir as 3 da manhã, com insônia, e as 8h30 tinha aula. De tarde, tinha que ir no Kung Fu e de noite foi a formatura de um colega do trabalho que merecia muito a nossa presença. Resultado: fui dormir de novo as 3 da manhã!
Acordei ao meio dia, tinha trabalho atrasado da semana para fechar, tinha que votar no plebiscito sobre construção de prédios residenciais na Orla do Guaíba... almocei depois das 3 da tarde! E ainda tinha a despedida duma amiga que está indo estudar Relações Internacionais na universidade de Rosário, na Argentina. UFA! só voltei pra casa quase as 10h da noite. Não me admira estar com sono agora.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A simpatia da mala

Lembram que eu contei no início do ano sobre a simpatia da mala? Pois é, acho que eu fiz e não lembro! Amanhã de manhã embarco para mais uma viagem, mas é um dia só, a trabalho.
Pra quem não leu, a tal simpatia é feita se não me engano na bolívia. As pessoas dão a volta na casa carregando a mala, pra concretizar o sonho de viajar durante o ano que começa.
E eu realmente gosto de viajar. Caso contrário não toparia ser convidada as 4 horas da tarde pra embarcar na manhã do dia seguinte. Tomara que o tempo colabore porque o aeroporto de Curitiba frequentemente fica fechado por que tem neblina.
Nos vemos de volta em alguns dias!

domingo, 16 de agosto de 2009

Orgulho da família!

Hoje foi dia de ficar um pouco com os meus irmãos e meus cunhados. É sempre diversão garantida. Agora tem mais uma coisa bacana nesses encontros do fim de semana. Minha irmã sempre gostou de fazer artesanato e faz uns dois meses que ela está fazendo sabonetes artesanais. Ela está se aprimorando e os clientes aparecem cada vez mais.
Os produtos vão desde os mais simples até os kits mais sofisticados. Ela está expandindo a linha para outros itens como sal de banho e sachês para guarda-roupa. Vejam o resultado final:
Ganhei um desses sabonetes multi-coloridos, com aroma de pitanga. É tão bom, que o cheiro fica no ambiente! Se quiserem conferir o talento dela, acessem o blog Mãos de Helena. Pena que não tem cheiro, mas ao menos dá pra ver a bela mistura de cores e formas.

sábado, 8 de agosto de 2009

Abobrinhas

A campanha não é nova, mas só agora a conheci, através do álbum de um amigo no Orkut. São as propagandas da Hortifruti, uma rede de supermercados especializada em frutas, legumes e verduras. A criação foi da agência MP Publicidade. Confira um pouquinho das séries "Hollywood" e "Cascas"
Pra quem acha que verdura dá sim força:
Para os que apostam numa culinária refinada com ingredientes simples:
Achei genial! Finalmente celebridades com conteúdo hehehe

Taí uma coisa que eu acredito que faz diferença na nossa qualidade de vida. Comida saudável pode ser gostosa e ter pratos tão criativos quanto estas propagandas. O restaurante que eu fui ontem por exemplo serve arroz com limão, e é bom! Dá uma olhada no cardápio do Fazenda Barba Negra.



sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Viva o fim de semana!

Finalmente chegou ao fim uma semana massacrante! Mas o plantão do fim de semana é meu hehehee.. Chefa de férias = Denise sobrecarregada! Hoje pelo menos consegui um repórter free lancer que virá a partir de segunda pra nos tirar do sufoco. Tem certas coberturas que são patrocinadas, então não tem como simplesmente decidir não fazer. Caso contrário, a empresa não recebe e eu ADORO dinheiro! (Aliás, eu e todo o resto da equipe).
A política por aqui foi aquela confusão e daqui pra frente devem surgir novas acusações diariamente. Achei que com as aulas do meu pós graduação suspensas eu teria tempo para ler mais e ir no kung fu, mas não foi nada disso que aconteceu. Eu até ia fazer exercício hoje, mas tô cansada e tem um aniversário que eu prometi que ia. Está chovendo, sinto sono, mas vou pelo menos dar uma passadinha, bater um papo e tomar uma cerveja. Ainda mais que a comemoração é num lugar que eu ainda não conheço!
Depois conto como foi.
E se eu demorar pra escrever é porque estava trabalhando ou comemorando o Dia dos Pais.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Começo do fim

O dia de trabalho ontem foi uma loucura. Não é todo dia que o Ministério Público Federal pede o afastamento de um governador. Foi o que aconteceu nesta quarta-feira com a governadora Yeda Crusius. Além dela e do marido Carlos Crusius, mais oito pessoas entre deputados, presidente do Tribunal de Contas do Estado, ex-secretários e assessores são acusados de enriquecimento ilícito, danos ao erário público ou improbidade administrativa.
A quinta foi dia da oposição pedir CPI e impeachment e da governadora falar sobre o assunto pela primeira vez. Ela criticou o ministério público por mencionar nomes sem esclarecer quais são exatamente as denúncias e chamou a situação de "circo político".
Eu diria que neste circo, o povo é o palhaço. Mais de 40 milhões de reais foram desviados do Detran. O RS tem uma das carteiras de motorista mais caras do país. O dinheiro desviado para propinas até agora não voltou. Pior é ouvir que toda a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal está embasada em horas e mais horas de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Isto torna mais difícil acreditar que essas pessoas acusadas sejam todas inocentes.
Do ponto de vista político, a governadora é responsável pela própria cova. Inúmeras vezes ela se recusou a afastar do governo pessoas acusadas de corrupção. Assim deixou margem para que fosse considerada conivente com os escândalos.
O pior é que esta não é a única investigação em curso envolvendo o governo gaúcho. Temos ainda a operação solidária, que teria entre os suspeitos dois deputados federais e dois secretários de estado. Outra questão nebulosa é a morte do ex-secretario Marcelo Cavalcanti, morto por afogamento no lago Paranoá em Brasília, assim como a presença do assessor da governadora, Ricardo Lied, numa visita ao então presidente do Detran Sérgio Buchmann. Ele e dois delegados teriam avisado Buchmann de que seu filho seria preso por tráfico de drogas e tentado convence-lo a ligar e alertar o filho da operação. O dirigente do Detran desconfiou que fosse uma armadilha para depois chantagea-lo.
Com tanta coisa, não surpreendem os pedidos de CPI e impeachment defendidos por sindicalistas e parlamentares. Já tem até deputado de partido aliado assinando o requerimento.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

O que tem me ocupado

Voltei do Rio de Janeiro num ritmo intenso de aulas na especialização. São só três por semana, mas os temas são densos e numerosos. O desta semana é sobre Oriente Médio, o que significa ter que explicar quem faz parte da região (e cada autor tem uma opinião diferente), a diferença entre árabe e islâmico, um complexo histórico de conflitos nos últimos cem anos e ainda avaliar as perspectivas de futuro. UFA!
Ainda bem que uma colega mandou hoje um e-mail para descontrair, que eu transcrevo abaixo. Podem clicar sem medo:

O que fazer quando o passageiro do lado é um chato?
1. Tirar o laptop da mala;
2. Abrir o laptop devagarinho e calmamente;
3. Ligar;
4. Assegurar-se de que o vizinho está olhando;
5. Ligar a Internet;
6. Fechar os olhos por breves momentos, abri-los de novo e dirigir o olhar para o céu;
7. Respirar profundamente e abrir este site: http://www.myit-media.de/the_end.html
8. Observar a expressão facial do vizinho.

A graça da piada tem um lado triste, que é a ignorância de quem acha que todos os árabes são terroristas. Segurança em alguns locais virou uma verdadeira neurose e quem não tem pele clara termina virando alvo da polícia mesmo sem ter feito nada. Até meio tubo de pasta de dente é visto com desconfiança na hora que a gente embarca em vôo internacional. Já tinha ouvido que fluor pode ser corrosivo, mas imagina quantos tubos vou precisar pra furar o avião...

Faço a piada aqui, porque se digo isso num aeroporto certamente serei presa para averiguações.

sábado, 25 de julho de 2009

Priceless


ônibus para a Lapa: R$ 2,20
latinha de Red Bull: R$ 8,00
entrada na festa funk: R$ 5,00
caipirinha: R$ 3,00
E passar por carioca não tem preço! Eu estava sambando embaixo dos arcos da Lapa e duas pessoas vieram me perguntar de que parte do Rio de Janeiro eu era :) Aliás, vou voltar nojenta dessa viagem. Os argentinos acham que eu falo espanhol muito bem e os irlandeses elogiam o meu inglês!
Mas voltando à Lapa, o lugar bomba nas sextas e sábados. Além dos sobrados que funcionam como bares ou danceterias, tem muita barraquinha vendendo bebida e lanche pela rua. alguns levam gerador pra iluminar a barraca e colocar música pra atrair os clientes. Ontem até estava "vazio" porque choveu.
Mais uma vez, os brasileiros eram minoria no grupo em que eu estava. A primeira parada foi para comprar caipirinha, a segunda na danceteria com música funk e a terceira e melhor foi a roda de samba na rua, embaixo dos arcos! O pessoal passa o pandeiro e cada um paga o que pode pros artistas.
Na hora da festa, o carioca é animado e também muito receptivo. O lugar é totalmente democrático, do pivete ao gringo está todo mundo lá (e os locais adoram dançar com as estrangeiras hhehee). Tudo foi ótimo, mas eu sugiro um certo cuidado pra quem for visitar o lugar. Evite carregar muito dinheiro ou coisas de valor. O democrático significa que o rico, o pobre e o muito pobre estão por lá. Eu testemunhei os pivetes tentando roubar uma pessoa, pareciam formigas em volta do torrão de açúcar. Se vê também pessoas com todo aspecto de drogadas. Enfim, problemas de toda grande cidade hoje.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Amigos do mundo



Ficar em hostels (albergues) é uma tremenda festa. Pelo menos nesse Che Lagarto, que é onde eu estou ficando aqui no Rio de Janeiro. Tem gente simplesmente do mundo todo.

Fiz amizade com um grupo de argentinos muito gente fina! Como não pára de chegar gente a cada dia, sempre se conhece alguém com muita história pra contar.

É o caso da Ya (essa que aparece comigo na foto), que é equatoriana/dinamarquesa. É superinteressante ouvi-la falar sobre o contraste entre a vida na Dinamarca e a America Latina. Lá no norte da Europa ela tem um padrão de vida fantástico: com 21 anos, ela já consegue financiar um apartamento e principalmente ter dinheiro para viajar. Isso trabalhando numa profissão que não exige diploma universitário. O governo aliás paga os estudos pra quem quiser se formar.

Mas ela contou que pode ser muito solitário viver por lá. Dá pra perceber pela alegria dela e da amiga Emma (dinamarquesa) em fazer festa com a gente, abraçar as pessoas... Pelo que contaram, o clima frio estimula as pessoas a ficarem mais em casa e a cultura é de ser mais reservado e individualista.
Foi com essa turma que fui num dos lugares mais legais do Rio, a Lapa. A foto dos Arcos foi tirada de noite, então façam um esforcinho para ver hehehehe. Engraçado foi os argentinos nos guiando de volta pra casa de noite. Até dizerem que não sabiam para onde estavam indo, já estavamos fazendo uma observação antropológica sobre a prostituição no Rio. Nesse momento eles se convenceram que estava na hora de pegar o táxi. Dica para quem vai lá: me disseram que tem festa todo dia por lá, mas a sexta e o sábado são os mais animados. Nos demais, os bares fecham por volta da uma da manhã. Só achei estranho a insistência do garçom em me oferecer outra cerveja, quando eu pedi uma Bohemia. Ele repetiu duas vezes "mas a outra é mais barata!". Pelo jeito o público que frequenta o bar não é dos mais ricos.

O que você vê


Hoje foi o último dia do ISA-IBRI, uma conferência sobre Relações Internacionais promovida por dois institutos ligados ao tema (a Internacional Studies Association, dos EUA, e o Instituto Brasileiro de Relações Internacionais). Foram dois dias e meio de trabalho aqui no Rio de Janeiro com a apresentação de trabalhos ligados ás mais variadas temáticas como operações de paz, meio ambiente, imigração, política externa de diversos países, terrorismo, Mercosul, União Européia e "os caras" como Lula, Putin, Bush e Obama.
Passeei um pouco também e tirei essa foto interessante no Forte de Copacabana. Já ouviram falar do teste de Rorschach? é aquele que tem umas manchas e a pessoa deve dizer o que vê e a partir disso é que o psicólogo faz sua análise. Pois essa foto também revela um pouco do que passa na cabeça das pessoas.
O que você vê nessa figura? Dou um tempo pra vocês pensarem...
1...
2...
3...!
Esse mosaico de pedras foi montado no chão do forte para representar dois canhões. Mas para mim, eram dois soldados carregando a arma no ombro, com o cano virado pra trás, despreocupados. Acho que sou mais pacifista do que eu imaginava hehehe

terça-feira, 21 de julho de 2009

Férias no Rio

Essa é a imagem da minha chegada no Rio. Olhem a bagunça da fila para pegar o ônibus do aeroporto do Galeão para o centro da cidade e zona sul. Ficou ainda mais confuso porque quando chove os vôos são suspensos no outro aeroporto, o Santos Dumont. Então a Gol tinha que fazer alguma coisa com quem devia ter descido no outro aeroporto e decidiu usar o mesmo sistema de transporte publico que nós. Só podia terminar em bagunça


Já no hostel as coisas estão saindo bem melhores. Tive a grata surpresa de descobrir que aqui tem um bar onde o pessoal faz o happy hour e uma mesa de sinuca. Eu vim pra assistir um congresso, mas tô vendo que a agenda vai ser bem mais movimentada do que eu esperava... As pessoas são superlegais, isso aqui é uma torre de babel. Dentro do albergue o que eu mais faço é falar em inglês e espanhol.


Hoje o tempo colaborou, então consegui fazer alguns passeios interessantes. um deles foi esse bate-papo com o Drummond hehehe Ah, e o mais engraçado foi ter encontrado um colega jornalista com a namorada aqui no Rio, também tirando férias. Foram eles que bateram a foto.


sábado, 18 de julho de 2009

Uma casa, um container, um barraco

Só eu pra tentar fazer um título poético pra uma história tão lamentável. Na última quinta-feira, o CPERS, sindicato dos professores públicos do RS, foi para a frente da casa da governadora às 7 da manhã para protestar. Levaram uma réplica do container onde alunos estão tendo aulas porque faltam salas.
A governadora YEDA CRUSIUS reclamou que os netos não tinham como sair de casa pra ir à aula. Ela e a filha TARSILA foram ao portão bater boca com as professoras (levando os dois meninos junto!). Depois voltou só a governadora, com um cartaz escrito por ela para os manifestantes "vocês são torturadores de crianças". A tropa de choque foi lá e o portão foi desbloqueado. Quatro pessoas foram detidas.
As versões são contraditórias, como sempre: as professoras dizem que não impediram ninguém de sair e que os policiais empurraram, derrubaram e prenderam pessoas quando elas já estavam saindo do local e subindo nos ônibus para ir embora. A Brigada Militar diz que não houve excessos.
Houve quem condenasse o protesto do CPERS, considerando inadequado fazer o protesto ali. Outros acham certo, pois a própria compra da casa da governadora é questionada pela oposição (para quem o imóvel foi comprado com caixa 2 da campanha). Mas o que mais me chama atenção é a reação ao protesto. Nunca imaginei ver governador batendo boca em portão com quem quer que fosse. Se como a governadora diz as professoras não queriam negociar, que passasse a bola para a Brigada Militar. Acho que aquelas dezenas de policiais da tropa de choque seriam capazes de desbloquear um portão.
Já ouviram aquela frase "a pessoa sai da vila, mas a vila não sai da pessoa"? Se aplica bem a esse caso.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Investindo no cabeção

Estudar é bom, mas cansa... Faz duas semanas que começaram minhas aulas da especialização em Relações Internacionais e Diplomacia, da UNISINOS. Estou gostando muito, o tema é interessante, cada colega tem uma história de vida diferente e os professores são muito bons (ok, só tive aula com uma, mas ela tem muita bagagem!).
É uma área em que se tem que ler MUUITO e eu estou fazendo das tripas coração pra dar conta. O primeiro desafio, que era descobrir como voltar pra casa as 11 horas da noite sem ter carro, foi vencido. uma das colegas, a Mônica, mora bem pertinho aqui de casa e topou rachar um taxi. Fazendo as contas, as duas viram que não valia a pena ir de ônibus, pois teríamos que pegar dois e levaríamos o dobro do tempo pra chegar. Definitivamente o transporte em Porto Alegre não anda bom.
Como eu falei a turma é bem heterogênea, ninguém é formado em Relações Internacionais. Apresentamos já o nosso primeiro trabalho nessa semana e já observei que tem alguns como muito potencial pra ir pra frente. Mas também senti que algumas pessoas não correm muito atrás, não se dedicam muito fora do curso.
Pra mim isso é muito estranho, afinal estou investindo uma quantia muito alta do meu patrimônio para estudar. Um curso assim custa por mês praticamente o mesmo que uma faculdade particular então não faz sentido "fazer por fazer".
Andei fazendo um balanço da minha vida nos últimos meses e refleti sobre o quanto meus pais investiram na minha educação e na dos meus irmãos. Eu acabei copiando o exemplo. Nos últimos dois anos meu maior gasto foi em cursos e livros. Não tenho bens, só um cabeção cada vez maior. mas acho que é o investimento certo, porque esse ninguém me tira.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

República das Bananas

Estou acompanhando pelos noticiários a confusão em Honduras, desde que o presidente eleito foi "convidado a se retirar" por forças militares. O motivo do golpe seria um plebiscito proposto pelo presidente Zelaya sobre o direito a reeleição.
Neste domingo, ele tentou voltar ao país, mas o avião foi impedido de pousar pelas Forças Armadas hondurenhas. Ao menos parte da população quer o presidente de volta e foi às ruas para acompanhar seu retorno. Houve repressão e tumulto, com informações inclusive de que há mortos.
Não sei até quando estes grupos que apoiaram o golpe vão aguentar. Honduras é um país pequeno, o segundo mais pobre da américa central, que depende da importação de petróleo e outros bens. A Venezuela não vai ajudar, pois apoia o presidente deposto. O Brasil, outro grande produtor de petróleo do continente, também condenou o golpe militar.
A Organização dos Estados Americanos já suspendeu a participação de Honduras na entidade por causa da quartelada. Em tempos passados, grupos considerados "mais à direita" buscavam apoio dos Estados Unidos para se impor no poder. Mas os tempos são outros, não tem mais Guerra Fria (comunismo X capitalismo) e o presidente Barack Obama não está disposto se envolver em atos anti-democráticos. Afinal, Zelaya foi eleito para o cargo.
O pior é que 70% das exportações hondurenhas vão para os Estados Unidos. O país é basicamente agrícola, e dois em cada três cidadãos trabalham no campo. Entre os produtos mais importantes da economia local estão, é claro, as bananas.
No início do século XX, empresas americanas se estabeleciam na América Central para cultivar frutas para exportação. Com poder econômico e o apoio do governo norte americano na época, mandavam tanto ou mais que a oligarquia local. Daí vem a expressão "república das bananas", para se referir a um país sem soberania, submetido aos interesses dos outros.

sábado, 20 de junho de 2009

Turismo bizarro

Estou há três horas no aeroporto de Foz do Iguaçu, tentando embarcar pra Porto Alegre. A conexão original já era bizarra: Foz-São Paulo-Porto Alegre. A distância de Foz a POA é de menos de mil km. Mas somando todos esses deslocamentos, a viagem fica com 2156 km!
Como a lei de Murphy é a mais respeitada nesse país, as coisas sempre podem ficar piores: os funcionários da TAM não localizaram minha conexão em São Paulo e por isso não me deixaram embarcar. Era uma passagem de cortesia porque a companhia aérea patrocinou o evento que eu fui convidada a cobrir em Foz do Iguaçu, então meu poder de barganha ficou menor (não devia ser assim, mas é assim que é).
Consegui fazer o check-in agora há pouco, mas para o trajeto Foz-Rio de Janeiro-Florianópolis-Porto Alegre. Três lanches horrorosos me aguardam... na vinda, o último era um cachorro quente morno, sem maionese e sem molho, só uma salsicha com pão. Na Alemanha eles comem assim, mas esqueceram de avisar o cozinheiro da TAM que a salsicha é outra e que a iguaria vem acompanhada de uma mostarda típica.
Acordei as 4h30 da manhã e so chego em Porto Alegre, se tudo der certo, depois das 5 horas da tarde. Um absurdo total! Isso que estou numa cidade turística...
Prometo que depois, com melhor humor, posto as fotos com as coisas legais de Foz do Iguaçu. O povo daqui é muito simpático, não tem culpa das porcarias que as empresas aéreas fazem.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Viva a solteirice

i o que aconteceu este ano, mas tive a impressão de que o assunto Dia dos Namorados foi muito mais mencionado na midia que no ano passado. Será que por conta do feriadão e do frio, pra estimular o turismo e as compras (ótimos patrocinadores)?
Estou há mais de ano solteira e não estou achando tão ruim... é o que eu conto nesse vídeo:
A idéia veio depois da gravação do nosso programa Redação de Calcinha dessa semana em que preferimos justamente falar sobre estar sozinho, já que todo mundo passou os últimos 10 dias só se importando com os casados.

Estar junto só é bom quando o outro não é uma mala. E olha que tem mala por aí...

domingo, 7 de junho de 2009

Duendes em casa

Dizem que os duendes são brincalhões e gostam de fazer coisas sumirem. Cheguei à conclusão que tenho um deles na minha casa e ele é estilista e estiloso. Semana passada sumiu minha tesoura de costura e neste sábado simplesmente não consegui encontrar meus óculos escuros.
O lado positivo da minha busca por esses objetos foi a limpa que fiz nas minhas coisas. Enquanto procurava, ia arrumando os armários e localizando aquelas coisas que não vou usar mais. No fim do primeiro dia, enchi uma sacola inteira de roupas em bom estado que eu simplesmente não sinto mais vontade de usar. Graças ao duende (hehehehe), agora elas aquecem uma funcionária pública que tem dois filhos pra sustentar com um salário de uns mil reais. Não é salário mínimo, mas com certeza não sobra muito no fim do mês, nem é a fortuna que muita gente imagina que o serviço público paga.
Na etapa dessa semana, encontrei muuuito papel que não tinha mais necessidade nenhuma de ser guardado. No fundo, somos todos "papeleiros" (os jornalistas em especial). Juntamos muita coisa de que não precisamos e isso não faz nossa vida melhor. Na verdade, compartilho daquela filosofia oriental de que essas coisas inúteis só servem para atravancar a nossa vida, impedindo o fluxo de energia e a chegada de coisas novas.
Todo mundo devia fazer uma faxina na sua vida. Sempre tem algo que não serve mais, inclusive algumas idéias...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Herdeiro de coisa nenhuma

Um pequeno detalhe me irritou profundamente quando começaram a noticiar o desaparecimento do avião da Air France. Um descendente da família real do Brasil estava a bordo e diversos sites disseram que ele é o "quarto na linha de sucessão". Sucessão do que, se estamos numa República?
A primeira vez que votei foi justamente num plebiscito que aconteceu na década de 90, para decidirmos entre presidencialismo/parlamentarismo e monarquia/república. Deu República. Levantar a possibilidade de retorno da família real pareceu um desrespeito ao meu voto.
Também fiquei me questionando o que faz afinal um descendente da nobreza? Hoje a coluna da Lurdete Ertel na Zero Hora me tirou essa dúvida: ele trabalhava no mercado financeiro. Bom saber que se trata de alguém que produz alguma coisa. Pena que não enfatizaram esse lado normal dele nas primeiras matérias, parecia que estavam falando dum ser de outro mundo, ao qual nenhum dos aspectos da nossa vida corriqueira se aplica.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Viagem ao Oriente Médio

Pra viajar nem sempre é preciso sair de casa, ou melhor, é preciso andar um pouquinho, passar na locadora e voltar. Era isso que o clima de Porto Alegre, com chuva e temperatura abaixo dos 10°C, pedia nesse fim de semana.
E lá fui eu para o Oriente Médio em cima dos dvd's voadores... O primeiro filme foi o "Zohan, um agente bom de corte", com o Adam Sandler. Quase um besteirol, em que um super agente israelense se finge de morto pra ir pros Estados Unidos trabalhar como cabeleireiro. Mas por trás de uma certa escatologia tem piadas muito engraçadas sobre as relações árabe-israelenses, que exige que o espectador tenha o hábito de acompanhar um pouco os noticiários.
O segundo é totalmente diferente, mas na mesma região geográfica: Persépolis é um desenho animado que conta a história moderna do Irã. Tudo acontece pelos olhos de uma menina duns 8 anos, que vai crescendo e se defrontando com novas e não menos problemáticas realidades do seu país.
Não é dramalhão, nem comédia e consegue contar a história de uma forma sensível. Faz pensar mas não tira o sono depois nem provoca depressão profunda hehehe. Não tem como ficar indiferente às reflexões sobre a imposição das normas religiosas na vida dos iranianos, como a proibição de um homem e uma mulher que não sejam casados circularem juntos em público, mesmo que nem estejam se tocando. Então como se vai namorar alguém? Veja o filme...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Quem se importa com os olhinhos puxados?

Eu pretendia ter falado alguma coisa sobre o assunto na noite de terça. Já estava com o blog aberto pra escrever sobre as maldades do Kim Jong Il, quando comecei a teclar com um gatinho. As relações pessoais se sobrepuseram às Relações Internacionais e aos grandes dilemas da humanidade.
Para quem não sabe, a Coréia do Norte vem fazendo testes militares na última semana e tocando em frente seu programa nuclear. Vários países se manifestaram contra a atitude do ditador Kim Jong Il e nas Nações Unidas se fala em adotar sanções contra os coreanos.
No fim das contas, é isso mesmo que vai acontecer: medidas contra os coreanos e não contra um líder que afronta o sistema internacional. Do pouco que conheço estudando Política Internacional nos últimos anos, sempre que se adotam sanções econômicas contra uma nação, ela continua a ter um governo tirano e a vida da população é que sofre uma queda.
Foi assim no Iraque, onde Saddam Hussein continuou entronado por dez anos e onde o programa "Petróleo por alimentos", proposto pela ONU, virou mais um exemplo de corrupção. Os Estados Unidos agora estudam acabar com o embargo à Cuba e não é só porque Fidel está idoso. Empresas estrangeiras não trocariam boas relações com o maior mercado consumidor até então (EUA) para investir na ilha comunista de poucos milhões de habitantes. Quem sofreu privações com o embargo foram os cubanos e a medida pode ser considerada um fracasso, porque Fidel continua onde os americanos nunca quiseram.
Mas façamos outra tentativa e embarguemos a Coréia do Norte, país onde 30% da população é mal nutrida. Será que isso sensibilizará Kim Jong Il? Ajudará as famílias divididas (metade na Coréia do Sul e a outra metade na do Norte) a se reunir novamente? Nessa hora, a Política Internacional mostra o seu lado maquiavélico, de agir pensando só no bem estar da sua própria nação. Quem vai pensar nuns pobre coitados de olhos puxados? A maioria das pessoas aliás acha que eles são todos chineses, todo mundo igual, como se fosse um grande rebanho... Kim Jong Il pensa no bem estar da sua gente ou em garantir o seu?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dia de Fúria

Tem dias em que minha capacidade crítica parece crescer, o que não é de todo bom. Significa me revoltar muito com aquilo que considero errado. Começou na primeira pauta da manhã: a polícia investigou por meses, fez 30 horas de campana no fim de semana e recuperou 12 caminhões roubados. A quadrilha tinha 19 integrantes e cinco deles tramavam os crimes estando no regime semi-aberto (podem sair do albergue durante o dia para trabalhar, mas licitamente!). A Justiça não concedeu o pedido de prisão feito pelos policiais, alegando que não eram bandidos violentos e que faltam vagas nos presídios.
Minha fúria aumentou ao receber horas depois uma sugestão de pauta sobre um livro de ficção. Nada de mais, não fosse o release destacar o fato do autor ter concluído o livro na Europa, onde se esconde após ter fugido da prisão no Brasil. Fui levantar a ficha do tal "escritor" e ele escreveu linhas bem tortas na própria vida: era um playboy que se envolveu em roubos e foi preso devido a eles e um homicídio que cometeu. Depois de condenado e preso fugiu, se envolveu em um sequestro e foi preso novamente. E a colega jornalista deixa a ética de lado e usa esse lindo currículo pra promover o livro...
Pra completar, outro colega saiu-se com uma bobagem fenomenal. Uma dentista foi assassinada por um caminhoneiro dias atrás, numa estrada que liga o litoral à serra gaúcha. O responsável foi identificado por uma testemunha, que viu os dois brigando no asfalto. Em entrevista ele contou que pensou em parar para ajudar, mas o caminhoneiro fez um gesto como se fosse puxar uma arma. Então ele seguiu e chamou a polícia, pois teve medo por ele e pela namorada que estava no carro. Pois o Paulo Sant'ana, na coluna de hoje na Zero Hora, chama o comportamento da testemunha de omissão de socorro.
Pior que ler essa bobagem, foi ler os comentarios e encontrar mais gente apoiando essa teoria bizarra. Pobres de nós se passarmos a ser culpados pela falta de policiamento em via pública. Ninguém tem direito de julgar outra pessoa por querer preservar a própria vida. Ou poderíamos ter agora três mortos em vez de um. A gente também precisa ajudar nossa sorte...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mais um filmão - A vida dos outros!

Faz vários dias que eu assisti o filme e queria deixar a dica por aqui (pra variar, faltou tempo...) É "A vida dos outros", um filme alemão que ganhou o oscar de melhor filme estrangeiro anos atrás.
A história se passa em 1984, na antiga República Democrática Alemã, mais conhecida como Alemanha Oriental. Um dramaturgo tem a vida investigada a pedido do Ministro da Cultura, não por ser um conspirador, mas por namorar a atriz na qual o político estava interessado. O objetivo distorcido da investigação, de achar um crime a qualquer custo, termina revoltando um dos espiões.
O filme é uma forma interessante de conhecer entender os métodos da STASI, a polícia política da Alemanha Oriental.

sábado, 16 de maio de 2009

Governo se complicando

A política faz parte da vida, mas as vezes dá um sentido muito estrito a palavra fortuna. A governadora Yeda Crusius, por exemplo, vem sendo acusada desde fevereiro de embolsar uma fortuna de R$ 400 mil das doações de campanha para pagar a própria casa. Eu diria que ela não se sente afortunada com a intensificaçao das denúncias ocorrida desde que a Veja também passou a publicar acusações. A edição desta semana questiona porque grandes doadores não aparecem na prestação de contas.
A governadora nega as acusações e diz que o advogado que contratou é para processar os destratores. Pouca gente no meio jornalístico do RS acredita. O que mais gera desconfiança é o silêncio do Ministério Público Federal. Revistas e políticos dizem que o MPF tem as gravações em áudio que comprovam crime eleitoral e como o órgão não nega te-los, vem à mente aquele ditado: "quem cala consente".

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Nem usuária, nem maconheira



Estou em dívida com esse blog há vários dias... mas a situação política no RS anda tensa e o trabalho está me consumindo. Faltou tempo para escrever. Já faz quase uma semana que eu cobri a Marcha da Maconha em Porto Alegre, mas acho que ainda vale discutir o assunto.

A manifestação pede a cada ano a legalização do consumo da planta e sempre vem antecedida de polêmica e disputa judicial. Em muitas cidades, a Justiça acatou pedidos para que a marcha fosse proibida, sob alegação de que faz apologia às drogas (crime previsto nas leis brasileiras). Além da capital gaúcha, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte conseguiram autorização para fazer o ato em locais públicos.

Foi tudo muito pacífico. Os manifestantes cumpriram o acordo firmado com a polícia e o ministério público, de não usar frases do tipo “use maconha” ou “maconha é ótimo”. O que vi foram pessoas questionando porque tratar usuário como criminoso, pedindo pesquisa sobre o uso medicinal da erva e afirmando que repressão não é o melhor caminho para o problema.

Foi muito interessante minha conversa com um pesquisador da área da biologia. Ele diz que há estudos sobre uso da maconha como auxiliar no tratamento de quem usa outras drogas, assim como para tratar doenças como o glaucoma. Lembrou que tudo que é mal utilizado é perigoso e me apresentou para a pergunta que eu considero crucial: porque as pessoas usam drogas? Grande questão, afinal o abuso de álcool também é um problema médico e social.


Durante a Marcha da Maconha, um grupo de cinco estudantes foi para o Parque Farroupilha (um dos principais de Porto Alegre), dizer porque é CONTRA a liberação do consumo. Eles viram colegas se prejudicarem nos estudos e trabalho por usarem drogas e temem que a legalização provoque aumento no consumo.

É uma prova de que a marcha cumpriu um importante propósito, o de gerar discussão do assunto. Gente contra, gente a favor (e convivendo civilizadamente). Ponto para os juízes que entenderam que não podemos esconder o sol com a peneira. O tráfico está aí e tem gente usando maconha e também substãncias mais perigosas (para si e para a sociedade). Só no Rio Grande do Sul há 55 mil pessoas usando crack. Afinal, maconha é porta de entrada para outras drogas? Se liberar, aumenta o consumo ou diminui o poder do traficante? Onde e como vamos tratar quem já sofre com a dependência química? Ou vamos continuar vendo mães acorrentando os filhos em casa porque não conseguem vaga para tratamento médico, para livra-los do vício?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cidade da Copa (?) 2

Se vamos receber visitantes estrangeiros pra Copa, é melhor construir ótimos hotéis pra que eles não saiam lá de dentro. Isso porque o transporte público está lastimável.
Ontem, o ônibus que eu pego para ir ao trabalho veio em dose dupla. Dois da mesma linha ao mesmo tempo, ou seja, ou um estava adiantado ou o outro atrasado. O pior foi explicar isso para o setor de reclamações do órgão responsável, para quem não havia nada errado porque a espera de "10 minutos não caracteriza atraso porque este é o intervalo entre as viagens".

Na manhã desta quinta teve uma nova dose de incomodação e tirei esta foto pra provar o que eu digo. O ônibus estava muito cheio, as pessoas se espremiam para se movimentar e não perder a hora de descer (tanto que a imagem é "psicodélica"). E quando cheguei ao meu destino, vejo outro ônibus da mesma linha chegando juntinho com o que eu estava, só que vazio... Só não fico surpresa porque isso já virou hábito. O pior é que a linha é administrada pela Carris, empresa de ônibus mantida pela prefeitura.
Se é assim, melhor os turistas verem a Copa pela TV, pra não chegarem atrasados, irritados e suados ao estádio.

domingo, 3 de maio de 2009

Meu novo filho

Durante muito tempo andei um tanto frustrada com a minha profissão. Parecia a letra de Cotidiano: "todo dia ela faz tudo sempre igual...." A sensação era a de sempre fazer a mesma coisa, as mesmas matérias. Talvez esse sentimento não fosse só meu.
No fim de tarde, as outras jornalistas da Radioweb e eu gastavamos alguns minutos falando sobre homens, a incoerencia das pessoas, as viagens mais legais para fazer... E era nessa hora que saíam as melhores frases como "imagina como dever ser ruim ser homem, ter uma parte do corpo que não te obedece?" ou "Deus deu cérebro pra todo mundo, mas alguns não aprenderam a usar".
Dai foi um passo pra decidirmos colocar no ar o que até então era uma brincadeira.
O primeiro programa Redação de Calcinha ficou pronto esse fim de semana. Até sábado mais de 70 rádios já tinham feito o download dele pra veicular :) . O episódio 1 é sobre poligamia e ficou bem divertido! O debate é mesclado com entrevistas, dicas de filmes... O próximo será sobre o lado obscuro da maternidade.
Eu trabalho umas quantas horas pra fechar cada edição, mas me dá muito prazer! O nosso novo filho (meu e das outras quatro colegas) vai ser semanal e estará também no blog da Radioweb para todos os internautas.
Vamos ver como vai ser a reação das pessoas ao nos ouvirem expondo nossa opinião.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Cidade da Copa (?)

Enquanto a África do Sul se prepara para a copa de 2010, nós vamos sonhando com a de 2014. Sim, sonhando, porque embora a FIFA já tenha escolhido o Brasil como sede, pouco foi feito até agora. Estamos só no mundo da imaginação. Na sua cidade tem obras grandes em andamento para receber os jogos do principal evento do futebol mundial?
Porto Alegre não tem. É uma cidade linda, mas com inúmeros problemas que eu resolvi mostrar aqui, começando com algumas cenas de uma das minhas andanças pelo centro na semana que passou.
A praça da alfândega oferece três bons museus aos visitantes e aos porto-alegrenses. O prédio da foto é o Museu de Arte do Rio Grande do Sul.
E do lado dos museus essa é uma das visões que o turista pode encontrar...

domingo, 26 de abril de 2009

Até a realeza participou!

O ingresso a princípio poderia ser considerado caro, mas valeu cada centavo! O Boteco Bohemia devia servir de exemplo para algumas casas noturnas das quais já reclamei aqui. O evento final do concurso do melhor petisco da cidade usou como tema "o evento de boteco tão nobre que até a Realeza vai querer participar".
Na entrada, já tinha o trono reservado para o príncipe Charles. O sósia dele, acompanhado dos guardas do Palácio de Buckingham, circulou entre as pessoas, abanou e até conversou (em inglês, é claro).


As comidas e a bebida eram as principais atrações. Os que eu experimentei:
- Churros de camarão, do Loss Pub - imagine a massa do churros, salgada, polvilhada com queijo e recheada com uma pasta de frutos do mar em vez de doce de leite
- Espetinho de sassami e queijo, do Churrasquinho Bar - queijo e frango à milanesa no espeto, acompanhado de molho
- Panelinha de frutos do mar, do Boteco Natalício - pedaços de camarões e lulas envoltos num creme apimentado na medida certa
As bebidas são capítulo à parte: tinha a minha cerveja preferida, Bohemia Confraria! Só faltou a caipirinha que a Tati e a Raquel queriam. O mais legal era pagar: ao chegar a gente trocava reais por umas notinhas coloridas, que eu apelidei de "dinheiro de bêbado".


Aproveitamos a festa para comemorar o aniversário da Raquel Sander. Foi uma ótima pedida, porque os shows eram muito bons. Teve Banda Moinho (na foto) e Paula Lima. Pena que a acústica do lugar (um depósito industrial) não ajudava...

Ah, esse penduricalho no pescoço tinha o mapa do lugar, a lista dos petiscos concorrentes e a agenda dos shows da noite. Eu achei prático para os bêbados não ficarem largados no fim da festa: era só escrever no verso "Leve-me para casa" e por o endereço :P Ainda mais que a festa dava o táxi de volta pra todo mundo ir pra casa e não ter que dirigir alcoolizado.

sábado, 25 de abril de 2009

Difícil de agradar (e não é pra agradar mesmo!)

Tenho me correspondido com diversas pessoas pela internet do ano passado pra cá. Conheci algumas interessantes, legais pra se bater um bom papo. Talvez algum desses contatos termine em algo mais.
O que aconteceu nessa última semana vale como lembrete do quanto é fundamental pensar em si mesmo. Calma, não é egoísmo! É só nos darmos valor e descobrirmos quem somos. Uma das pessoas com que estou teclando fez a seguinte avaliação sobre mim:
- Mas tu só trabalha o tempo todo!
E o outro:
- Tu parece uma pessoa legal, tem várias coisas que eu valorizo numa mulher, apesar de ser meio baladeira.
Nenhum dos dois está bem certo... Conseguir fazer as pessoas conhecerem o nosso verdadeiro eu não é uma coisa fácil. Mas vejo que o mais difícil para a maioria é ser QUEM É. Basta uma rápida navegação pela Internet pra encontrar gente querendo a "receita" para agradar homens e mulheres. E depois, por quanto tempo vai ter que fingir que não gosta de futebol, que adora preparar almoço....?
Se é pra viver na mentira e fingir ser alguém que não sou, prefiro ficar sozinha. Aliás, nem tão sozinha assim. Meus amigos não fazem restrição ao meu jeito de ser, à minha animação pra fazer qualquer programa ou minha paixão por estudar de tudo.

terça-feira, 21 de abril de 2009

As feridas abertas por Hitler (em vários posts!)

Dois fatos esta semana foram marcantes na Política Internacional (uma das coisas que eu adoro estudar): Obama sendo presenteado pelo presidente da Venezuela Hugo Chávez e o discurso do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad na Conferência da ONU sobre o racismo. "Enquanto a dominação sionista prosseguir, muitos países, governos e nações não serão capazes de desfrutar liberdade, independencia e segurança. (...) É tempo de o ideal do Sionismo, que é sinônimo de racismo, ser quebrado." (tradução minha a partir do inglês).
Muita gente temia que o tom do discurso fosse esse, justamente na véspera do dia em que os israenlenses lembram o Dia do Holocausto. Os diplomatas europeus se retiraram da sala, os de alguns países árabes aplaudiram. Ahmadinejad sabe ser provocador. Em 2006, ele apoiou um evento Revisionista ocorrido no Irã, que questionava a existência e números do Holocausto (!), com a participação do movimento racista americano Ku Klux Klan.
Ahmadinejad coloca o dedo numa ferida aberta há mais de 70 anos pelos sonhos de grandeza de Hitler. Dói ainda no povo alemão, que trata o ex-ditador como persona non grata (se evita falar dele) e há anos pede desculpas pelo ocorrido. Quando estive na Alemanha dois anos atrás, havia um sentimento entre os jovens de “pare de me culpar, eu não estava lá”, tamanho o esforço em mostrar o nazismo como algo nefasto e prevenir a ascensão do neonazismo.
Na áustria, terra natal de Hitler, fui a um museu que cobria as suásticas nos artefatos históricos da II Guerra Mundial (foto ao lado). Uma política alemã chegou a propor a desnaturalização do ex-governante, o que não conseguiu por motivos técnicos: a lei alemã não prevê desfazer a naturalização de quem já morreu e também não permite a prática se a pessoa ficar apátrida (no caso, Hitler não teria como recuperar a nacionalidade austríaca).

As feridas abertas de Hitler – mais um tabu

Hitler perseguiu TODAS as minorias, começando pelos comunistas. Conseguiu que o Papa Pio XXII fizesse os católicos, partido muito expressivo na época, se afastarem da política. Com a oposição enfraquecida e um povo ansioso por mudanças econômicas, ele começou a avançar sobre outros países. Homossexuais, portadores de deficiência, ciganos, poloneses e judeus foram perseguidos e mortos. Mas foram os últimos os que melhor conseguiram se organizar e denunciar a barbárie a que foram submetidos.
O isolamento, as pessoas obrigadas a andar na rua rotuladas com a estrela de David em braçadeiras, o uso de cobaias humanas em experiências “científicas” e as mortes em campos de concentração não podem ser negadas mas criaram uma espécie de salvo-conduto perigoso. Questionar as condutas de Israel ou abordar de forma diferente as perseguições nazistas é um tabu, tanto quanto falar abertamente em Hitler na Alemanha.
No início do ano, o arcebispo de Porto Alegre Dom Dadeus Grings se envolveu numa enorme polêmica ao dizer que morreram mais cristãos que judeus durante o nazismo. Ele foi duramente atacado antes que se debatesse de forma séria o que ele questionava. Talvez os cristãos não sejam os mais numerosos entre as vítimas, mas certamente morreram milhares de poloneses e ciganos dos quais pouco se fala. (Fotos do museu de Berchstesgaden, Alemanha, com cenas dos campos de concentração)

As feridas abertas de Hitler – a política hoje

São inegáveis as mortes e o sofrimento de milhões de judeus, sujeitados aos abusos ordenados ou permitidos por Hitler, assim como o é o uso político do Holocausto. Isso pode ser observado em muitas conversas à época do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, no final de 2008 e início de 2009.
A comunidade internacional criticou as ações israelenses, pois o direito internacional determina que é justa a reação a um ataque, mas esta deve ser proporcional à agressão sofrida. Armas de última geração contra um povo pobre, em meio ao qual se escondem extremistas que usam bombas e foguetes quase amadores, é questionável. Atacar escolas mantidas pelas Nações Unidas, com verbas doadas por outros países, é inaceitável e em nada contribuirá para formar uma geração menos radical e aberta ao diálogo com Israel.



(o monumento da foto é o Memorial do Holocausto, em Berlin: é um quarteirão inteiro ocupado por blocos de concreto, que representam as vítimas dos campos de concentração)



Não faltou naqueles dias quem tentasse associar a difícil relação com outros povos do Oriente Médio ao Holocausto, como se o mundo fosse o mesmo, os israelenses não tivessem um grande exército e serviço secreto e os palestinos tivessem o mesmo poder militar e político dos nazistas nos anos 40. A perseguição sofrida décadas atrás foi manipulada para justificar um novo erro. Nos fóruns de debate sobre diplomacia dos quais faço parte, vi descendentes de judeus perdendo a razão ao discutir os ataques em Gaza. Para eles, quem criticava a ação estava defendendo um novo Holocausto. Porém, os números desse recente conflito armado mostram o contrário: morreram 1400 palestinos (dados da Anistia Internacional) e apenas 13 israelenses.
Na época, os dois lados estavam envolvidos em seus processos eleitorais. Cada governo levou o confronto adiante esperando um melhor resultado nas urnas palestinas ou israelenses usando um velho estratagema político: criar ou manter um inimigo externo. Ahmadinejad faria bem se dirigisse sua crítica não aos judeus como um todo, mas ao governo israelense que conduziu (ou outro que venha a conduzir) uma ação em desacordo com o costume e tratados internacionais. Temos que saber separar povo de governo, pois há judeus e palestinos que não apoiam os atos de violência. Usar de generalização e fomentar o ódio a qualquer etnia é alimentar um novo genocídio.