sábado, 18 de julho de 2009

Uma casa, um container, um barraco

Só eu pra tentar fazer um título poético pra uma história tão lamentável. Na última quinta-feira, o CPERS, sindicato dos professores públicos do RS, foi para a frente da casa da governadora às 7 da manhã para protestar. Levaram uma réplica do container onde alunos estão tendo aulas porque faltam salas.
A governadora YEDA CRUSIUS reclamou que os netos não tinham como sair de casa pra ir à aula. Ela e a filha TARSILA foram ao portão bater boca com as professoras (levando os dois meninos junto!). Depois voltou só a governadora, com um cartaz escrito por ela para os manifestantes "vocês são torturadores de crianças". A tropa de choque foi lá e o portão foi desbloqueado. Quatro pessoas foram detidas.
As versões são contraditórias, como sempre: as professoras dizem que não impediram ninguém de sair e que os policiais empurraram, derrubaram e prenderam pessoas quando elas já estavam saindo do local e subindo nos ônibus para ir embora. A Brigada Militar diz que não houve excessos.
Houve quem condenasse o protesto do CPERS, considerando inadequado fazer o protesto ali. Outros acham certo, pois a própria compra da casa da governadora é questionada pela oposição (para quem o imóvel foi comprado com caixa 2 da campanha). Mas o que mais me chama atenção é a reação ao protesto. Nunca imaginei ver governador batendo boca em portão com quem quer que fosse. Se como a governadora diz as professoras não queriam negociar, que passasse a bola para a Brigada Militar. Acho que aquelas dezenas de policiais da tropa de choque seriam capazes de desbloquear um portão.
Já ouviram aquela frase "a pessoa sai da vila, mas a vila não sai da pessoa"? Se aplica bem a esse caso.

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