segunda-feira, 6 de julho de 2009

República das Bananas

Estou acompanhando pelos noticiários a confusão em Honduras, desde que o presidente eleito foi "convidado a se retirar" por forças militares. O motivo do golpe seria um plebiscito proposto pelo presidente Zelaya sobre o direito a reeleição.
Neste domingo, ele tentou voltar ao país, mas o avião foi impedido de pousar pelas Forças Armadas hondurenhas. Ao menos parte da população quer o presidente de volta e foi às ruas para acompanhar seu retorno. Houve repressão e tumulto, com informações inclusive de que há mortos.
Não sei até quando estes grupos que apoiaram o golpe vão aguentar. Honduras é um país pequeno, o segundo mais pobre da américa central, que depende da importação de petróleo e outros bens. A Venezuela não vai ajudar, pois apoia o presidente deposto. O Brasil, outro grande produtor de petróleo do continente, também condenou o golpe militar.
A Organização dos Estados Americanos já suspendeu a participação de Honduras na entidade por causa da quartelada. Em tempos passados, grupos considerados "mais à direita" buscavam apoio dos Estados Unidos para se impor no poder. Mas os tempos são outros, não tem mais Guerra Fria (comunismo X capitalismo) e o presidente Barack Obama não está disposto se envolver em atos anti-democráticos. Afinal, Zelaya foi eleito para o cargo.
O pior é que 70% das exportações hondurenhas vão para os Estados Unidos. O país é basicamente agrícola, e dois em cada três cidadãos trabalham no campo. Entre os produtos mais importantes da economia local estão, é claro, as bananas.
No início do século XX, empresas americanas se estabeleciam na América Central para cultivar frutas para exportação. Com poder econômico e o apoio do governo norte americano na época, mandavam tanto ou mais que a oligarquia local. Daí vem a expressão "república das bananas", para se referir a um país sem soberania, submetido aos interesses dos outros.

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