terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pela hora da morte

Uma das figuras mais famosas da Argentina foi a primeira dama Eva Duarte Perón, conhecida como a mãe dos descamisados. Morreu em 1952, de câncer, mas só foi enterrada no cemitério da Recoleta na decada de 70. Curioso como ela se tornou o maior atrativo do cemitério mais chique de Buenos Aires, porque o mausoléu da família dela é dos mais simples. Tem outros muito mais sofisticados.
Eu gastei umas duas horas passeando no cemitério. É bacana ver os nomes nos mausoléus e compara-los com o das ruas no mapa, porque diversos personagens históricos estão enterrados lá. Enterrado aliás não é bem a palavra certa... Os mausoléus geralmente tem uma espécie de porão onde os caixões são colocados. Parece uma coisa meio vampiresca, eu nunca tinha visto nada igual.

Antes que alguém pergunte, não exala cheiro forte. Em parte porque a maioria já está lá há muito tempo, mas também porque os corpos são embalsamados. Ainda enterram gente na Recoleta, é só estar disposto a desembolsar uns 22 mil dólares por um "loft" para passar a eternidade. Uma amiga que está morando na cidade ouviu que tem gente que paga para fazer um enterro fake na Recoleta: convida todo mundo, faz todos atos fúnebres e depois move o corpo pra outro lugar.
Eu não pude deixar de notar que a maioria dos túmulos foi feita com mais capricho que muito apartamento em Porto Alegre. Fiquei imaginando o movimento sem teto fazendo a festa no local "imóvel antigo, design diferenciado, único dono..." Se eu olhasse essa foto e me oferecessem este imóvel eu nunca ia pensar que era um mausoléu.
Ah, tem um túmulo dum cara chamado Velez Sarsfield, que dá nome a um dos grandes times argentinos. Imaginem a flauta das equipes adversárias com um time que já tem até lápide.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mais um passeio cultural


Posso não ser das mulheres mais bonitas, mas com certeza sou das mais inteligentes (ou no mínimo esforçada). Meus passeios sempre tem alguma coisa cultural. Desta vez, eu fui na famosa livraria Ateneo em Buenos Aires. Tinha uma estante gigante cheia de livros de Política Internacional, do lado de uma outra só sobre Política da Argentina. Preço dos livros: de 35 a 45 pesos. Como já comentei nos posts anteriores, a cotação é R$1,00 = 2,25. Ou seja, disse pra moça "me dá dos" e levei dois bons livros sobre integração regional.
O problema foi que coloquei os livros na mala e ela foi perdida! Cheguei em Porto Alegre na quinta-feira, mas a Pluna só localizou e entregou a mala no domingo. Eu já estava ficando angustiada, pensando nos livros e também nas roupas que teria que repor, na escova de cabelo... De fato a mala foi aberta. O cadeado com segredo que eu coloquei no bolso maior da mala foi arrancado e a mala chegou na minha casa com um lacre plástico no lugar. Se abriram pra roubar algo, se deram mal: só tinha roupa suja e eu faço questão de roupas de marcas famosas (ainda mais numa viagem em que conforto é o mais importante).
Deixo dicas pra quem viaja: carregar coisas de valor na bagagem de mão e fazer a menor mala possível. Se tiver menos de 7kg e não tiver líquidos acima dos 100ml, aerosóis e objetos perfurocortantes (como pinça, alicate e tesoura), ela pode ir como bagagem de mão. Pouco peso também ajuda a economizar no taxi. Mala pequena te permite ir ao hotel com transporte coletivo. Em Montevidéu, o taxi do aeroporto ao centro custa 950 pesos (algo como 90 reais!), mas tem ônibus e lotação que cobram 29 pesos (ou seja, menos de R$3,00).
Outra sugestão é fazer seguro de viagem, que cobre despesas médicas e te dá um auxílio caso percam tua bagagem. Pode ser útil principalmente quando o extravio acontece na ida, pois eles reembolsam gastos pra pessoa comprar uma muda de roupa pelo menos enquanto a companhia aérea não encontra a mala.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Passeando na capital portenha

Uma das coisas que eu mais gosto de Buenos Aires é que a cidade é plana, então posso caminhar muito sem cansar tanto. Ou melhor, posso caminhar até a exaustão porque ando quilômetros antes de sentir o cansaço bater. No fim do dia, meus pés doíam tanto que eu nem tinha vontade de sair na noite portenha.
Meu plano para conhecer a cidade era combinar caminhadas com o uso do metrô. Usava o transporte público até um bairro e caminhava por ele durante horas. A viagem custa 1,10 pesos, o que equivale a menos de R$ 0,50 !!!!
O próprio metro aliás é uma atração: muitas das estações tem murais, mosaicos ou pinturas nas paredes e azulejos. A linha A, que sai da Casa Rosada, é a mais interessante (foto abaixo). Os vagões antigos foram mantidos. São todos de madeira e decorados com espelhos de cristal.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Notas de viagem

Não estou com tempo sobrando, mas como prometi tenho que cumprir. Achei melhor começar pela parte não turística da viagem, como os protestos que estaõ rolando na cidade. Este aí embaixo é dos veteranos da guerra das Malvinas. Confesso que não sei bem o que eles estão pedindo, mas provavelmente uma parte deve ser dinheiro. Por um lado, esta mobilização é uma coisa louvável pois os argentinos não aceitam passivamente o que consideram errado.
Tem outro protesto que causa muito incomodo por aqui, que é a paralisação da coleta de lixo. Se sente o mau-cheiro em várias partes da cidade e tem montanhas de sacos em algumas esquinas. Hoje vi um caminhão fazendo o recolhimento, mas pelo que me informaram (e pelo que meu nariz e olhos vêem) é só aquele mínimo necessário que está sendo feito. Ou seja, a pilha de lixo vai continuar igual ou até crescer com o passar dos dias enquanto não se chegar a um acordo.



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Buenos dias en Buenos Aires

Olá!
Teclando direto da terra do tango! Estou tomando muito suco de pomelo e caminhando muito, pois a cidade é plana e a gente nem sente que caminhou tanto. O problema é o fim do dia, quando eu me sinto um trapo e nao quero saber de noitada (que é justamente um ponto forte da cidade).
Ontem caminhei muito pelo centro da cidade, que está imundo. Os lixeiros estão em greve porque querem maiores salários e para denunciar que o aterro sanitário da cidade está próximo do esgotamento. Faz três dias que o lixo não é retirado.
Estive também no bairro Palermo, onde está o jardim japonês. É muito bonito. Fico devendo as fotos porque o blogger está em manutenção, tento resolver isto na volta do passeio. Hoje o passeio será na Recoleta.
Os preços aqui estão bem bons. Um real é trocado nas casas de câmbio do centro por 2,27 pesos. Não vale a pena trocar o dinheiro todo no Brasil e nem no aeroporto, o que todos aqui recomendam é ter só o suficiente para pagar o taxi pro hotel e fazer o câmbio em algum lugar que pague melhor.
Um super sorvete, daqueles tipo italiano, custou 14 pesos ontem. O almoço com salada e bebida custou 30 pesos. O metrô é bem baratinho, só 1,10 pesos (imagina, não dá nem 50 centavos pra nós).
Conto mais daqui a umas horas. Até lá!