Tem dias em que minha capacidade crítica parece crescer, o que não é de todo bom. Significa me revoltar muito com aquilo que considero errado. Começou na primeira pauta da manhã: a polícia investigou por meses, fez 30 horas de campana no fim de semana e recuperou 12 caminhões roubados. A quadrilha tinha 19 integrantes e cinco deles tramavam os crimes estando no regime semi-aberto (podem sair do albergue durante o dia para trabalhar, mas licitamente!). A Justiça não concedeu o pedido de prisão feito pelos policiais, alegando que não eram bandidos violentos e que faltam vagas nos presídios.
Minha fúria aumentou ao receber horas depois uma sugestão de pauta sobre um livro de ficção. Nada de mais, não fosse o release destacar o fato do autor ter concluído o livro na Europa, onde se esconde após ter fugido da prisão no Brasil. Fui levantar a ficha do tal "escritor" e ele escreveu linhas bem tortas na própria vida: era um playboy que se envolveu em roubos e foi preso devido a eles e um homicídio que cometeu. Depois de condenado e preso fugiu, se envolveu em um sequestro e foi preso novamente. E a colega jornalista deixa a ética de lado e usa esse lindo currículo pra promover o livro...
Pra completar, outro colega saiu-se com uma bobagem fenomenal. Uma dentista foi assassinada por um caminhoneiro dias atrás, numa estrada que liga o litoral à serra gaúcha. O responsável foi identificado por uma testemunha, que viu os dois brigando no asfalto. Em entrevista ele contou que pensou em parar para ajudar, mas o caminhoneiro fez um gesto como se fosse puxar uma arma. Então ele seguiu e chamou a polícia, pois teve medo por ele e pela namorada que estava no carro. Pois o Paulo Sant'ana, na coluna de hoje na Zero Hora, chama o comportamento da testemunha de omissão de socorro.
Pior que ler essa bobagem, foi ler os comentarios e encontrar mais gente apoiando essa teoria bizarra. Pobres de nós se passarmos a ser culpados pela falta de policiamento em via pública. Ninguém tem direito de julgar outra pessoa por querer preservar a própria vida. Ou poderíamos ter agora três mortos em vez de um. A gente também precisa ajudar nossa sorte...
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