terça-feira, 21 de abril de 2009

As feridas abertas por Hitler (em vários posts!)

Dois fatos esta semana foram marcantes na Política Internacional (uma das coisas que eu adoro estudar): Obama sendo presenteado pelo presidente da Venezuela Hugo Chávez e o discurso do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad na Conferência da ONU sobre o racismo. "Enquanto a dominação sionista prosseguir, muitos países, governos e nações não serão capazes de desfrutar liberdade, independencia e segurança. (...) É tempo de o ideal do Sionismo, que é sinônimo de racismo, ser quebrado." (tradução minha a partir do inglês).
Muita gente temia que o tom do discurso fosse esse, justamente na véspera do dia em que os israenlenses lembram o Dia do Holocausto. Os diplomatas europeus se retiraram da sala, os de alguns países árabes aplaudiram. Ahmadinejad sabe ser provocador. Em 2006, ele apoiou um evento Revisionista ocorrido no Irã, que questionava a existência e números do Holocausto (!), com a participação do movimento racista americano Ku Klux Klan.
Ahmadinejad coloca o dedo numa ferida aberta há mais de 70 anos pelos sonhos de grandeza de Hitler. Dói ainda no povo alemão, que trata o ex-ditador como persona non grata (se evita falar dele) e há anos pede desculpas pelo ocorrido. Quando estive na Alemanha dois anos atrás, havia um sentimento entre os jovens de “pare de me culpar, eu não estava lá”, tamanho o esforço em mostrar o nazismo como algo nefasto e prevenir a ascensão do neonazismo.
Na áustria, terra natal de Hitler, fui a um museu que cobria as suásticas nos artefatos históricos da II Guerra Mundial (foto ao lado). Uma política alemã chegou a propor a desnaturalização do ex-governante, o que não conseguiu por motivos técnicos: a lei alemã não prevê desfazer a naturalização de quem já morreu e também não permite a prática se a pessoa ficar apátrida (no caso, Hitler não teria como recuperar a nacionalidade austríaca).

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