A comunidade internacional criticou as ações israelenses, pois o direito internacional determina que é justa a reação a um ataque, mas esta deve ser proporcional à agressão sofrida. Armas de última geração contra um povo pobre, em meio ao qual se escondem extremistas que usam bombas e foguetes quase amadores, é questionável. Atacar escolas mantidas pelas Nações Unidas, com verbas doadas por outros países, é inaceitável e em nada contribuirá para formar uma geração menos radical e aberta ao diálogo com Israel.
(o monumento da foto é o Memorial do Holocausto, em Berlin: é um quarteirão inteiro ocupado por blocos de concreto, que representam as vítimas dos campos de concentração)
Não faltou naqueles dias quem tentasse associar a difícil relação com outros povos do Oriente Médio ao Holocausto, como se o mundo fosse o mesmo, os israelenses não tivessem um grande exército e serviço secreto e os palestinos tivessem o mesmo poder militar e político dos nazistas nos anos 40. A perseguição sofrida décadas atrás foi manipulada para justificar um novo erro. Nos fóruns de debate sobre diplomacia dos quais faço parte, vi descendentes de judeus perdendo a razão ao discutir os ataques em Gaza. Para eles, quem criticava a ação estava defendendo um novo Holocausto. Porém, os números desse recente conflito armado mostram o contrário: morreram 1400 palestinos (dados da Anistia Internacional) e apenas 13 israelenses.
Na época, os dois lados estavam envolvidos em seus processos eleitorais. Cada governo levou o confronto adiante esperando um melhor resultado nas urnas palestinas ou israelenses usando um velho estratagema político: criar ou manter um inimigo externo. Ahmadinejad faria bem se dirigisse sua crítica não aos judeus como um todo, mas ao governo israelense que conduziu (ou outro que venha a conduzir) uma ação em desacordo com o costume e tratados internacionais. Temos que saber separar povo de governo, pois há judeus e palestinos que não apoiam os atos de violência. Usar de generalização e fomentar o ódio a qualquer etnia é alimentar um novo genocídio.
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